sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Crianças não têm preconceitos

Desde que nascemos somos seres em desenvolvimento, incompletos, sofremos transformações, desenvolvemos habilidades e formamos conceitos de acordo com nossa criação e ambiente que vivemos. 



Depois do nascimento, a criança passa a receber através dos pais, conhecimentos que vão acompanhá-la em toda vida. Entre esses conhecimentos, está a formação de conceitos e preconceitos sobre determinados assuntos. As regras de educação, o que pode ou não pode, devem ser ensinadas pelos pais, mas se os pais possuem opiniões preconceituosas referentes a deficientes físicos ou mentais, pobres, negros, mendigos, estrangeiros, prostitutas, religiosos, homossexuais, pais separados e outros, poderão passar para os filhos esses preconceitos de modo natural.

Criando preconceitos

As crianças são cercadas de estereótipos e generalizações, como meninas usam rosa e meninos azul, garotos têm cabelo curto e garotas longo, eles brincam de carrinho e elas de boneca, e assim por diante.

Estudos realizados pela Universidade de Nova York e pela Universidade de Princeton, indicam que a linguagem genérica desempenha um papel poderoso na formação das crianças, fazendo com que essas desenvolvam crenças sobre categorias sociais de maneira diferente do que as crianças que não têm essa experiência de linguagem em casa. A linguagem genérica pode criar tendências ao desenvolvimento de estereótipos e preconceitos. "Os resultados mostram que a linguagem genérica é um mecanismo pela qual crenças e preconceitos são transmitidos de pais para filhos" afirma o principal autor do estudo, Marjorie Rhodes, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York. Para mais informações à respeito deste estudo clique aqui.

A naturalidade de uma criança

O vídeo a seguir mostra a reação natural de uma criança sobre um casal gay. Após algumas curiosidades, a criança os convida para jogar ping-pong.


Célia Regina conta em sua página Célia de Cristal - Deficiente Física: Será que eu sou? no texto Criança não têm preconceito algumas experiências vividas ao lado de algumas delas.

"Tenho várias experiências vivenciadas que preconceitos quem faz são os adultos..." afirma ela, que continua: "Quando adolescente, entrava um dia na escola, toda 'gessada', pena esquerda, tórax, metade da perna direita em uma cadeira de rodas meio deitada. Então, um garotinho, mais novo que eu, acompanhou-me até a sala de aula. Eu achei que ele ia perguntar algo sobre o meu físico... Quando entrei na sala de aula, ele levava um álbum de figurinhas de artistas da TV que eu também fazia. Meigamente perguntou-me: Você tem alguma figurinha para trocar comigo? Nunca esqueci este menino, pois ele me mostrou que as crianças têm sempre os mesmos interesses, deficientes ou não..."

Revendo atitudes

Em uma matéria para o iG São Paulo a psicóloga e terapeuta ocupacional Denise Pará Diniz diz que lidar abertamente com o preconceito sem recair sobre ele é um desafio que o mundo adulto deve encarar como um dever de extrema responsabilidade. Valores sociais muito rígidos propiciam ideias pré-concebidas e não agem a favor da diversidade, completa a a psicóloga.

"Precisamos ser críticos tanto em relação aos estereótipos que a cultura produz como em relação aos nossos próprios juízos sobre as demais pessoas. Não é um exercício fácil" comenta na mesma matéria Ari Fernando Maia, professor de Psicologia da UNESP.

Ângela Soligo, professora da Faculdade de Educação da UNICAMP finaliza a matéria destacando a importância em discutir o preconceito com as crianças: "Se um negro ou deficiente passou por uma situação constrangedora na novela, por que não discutir o assunto? Ao demonstrar que determinada ação não tem cabimento, a própria criança vai construindo atitudes menos marcadas pelo preconceito".

A resposta de Jesus

Ser como uma criança é a principal condição para entrarmos no reino de Deus. Vejamos o que Jesus quer nos ensinar quando nos manda ser como crianças.

Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?

[Mateus 18:1]

Estavam em volta de Jesus os discípulos. Aqueles homens andavam com Jesus, durante dias e meses. Aprendiam com Jesus a ter uma vida simples, a amarem ao próximo e a Deus. Porém, alguns dos discípulos estavam preocupados com promoções e posições importantes dentro do reino de Cristo.

Os discípulos perguntam: “Quem é o maior no reino dos céus?”

Essa pergunta demonstra que alguns discípulos estavam seguindo Jesus com interesses em promoção pessoal, conquista de sucesso  e de posições importantes. Essa pergunta também revela que a motivação de alguns discípulos para servir a Deus, estava errada. Ambicionavam algo.

Jesus responde.

E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus".
[Mateus 18:2-4]

Podemos mudar

O preconceito é intrínseco da natureza humana e é construído. Desconstruí-lo é uma tarefa árdua. O desafio começa em casa.

Por que não aprender com as crianças? Sim, ao invés de contribuirmos para a formação do preconceito devemos desconstruir o nosso próprio olhando para as mesmas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário